A urgente necessidade de contar

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DOI:

https://doi.org/10.53943/ELCV.0125_30-40

Palavras-chave:

Literatura, Identidade, Consciência Social, Criação Artística

Resumo

Neste ensaio, tentaremos questionar se o direito à literatura, ao prazer estético, ao ambíguo mundo de uma fantasia controlada, ao desbravar de um inconsciente nem sempre intuído, mas frequentemente pressentido, estará em risco com a chegada de textos construídos artificialmente por máquinas, programadas por humanos, mas com vida própria, desafiadoras de uma autoridade em risco de derrocada? Como lidar com as necessidades humanas como os enigmas e sua decifração, a evasão, a excitação, o humor, a identidade, o confronto com o eu, o autoconhecimento, a sensação estética, a experimentação linguística, a consciência social, o problema do género? Será que programas como o ChatGPT ou análogos conseguirão lidar com esse direito fundamental? Será que as redes sociais podem ser substitutas à altura? Não me parece. O direito à literatura, à narrativa, aos jogos de linguagem não se esgota em simulacros ou em máscaras. É urgente reequacionar o binómio homem/criação artística e manter a literatura como algo estruturante da vida. 

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Impressa

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Publicado

30-06-2025

Edição

Secção

Dossiê Temático