De rios e de mar no «De Antiquitatibus Lusitaniae» de André de Resende

Autores

  • Inês de Ornellas e Castro DIAITA/ IELT- NOVA FCSH

DOI:

https://doi.org/10.53943/ELCV.0220_04

Palavras-chave:

André de Resende, De Antiquitatibus Lusitaniae, alimentação, ictiologia

Resumo

O De Antiquitatibus Lusitaniae (1593) de André de Resende, uma das obras mais notáveis do humanismo português, revela a erudição de um antiquário pioneiro no campo da Arqueologia e da Epigrafia e com profundo domínio dos textos clássicos, filosóficos, teológicos e bíblicos. Investigou de modo original como nasceu e cresceu Portugal. Ao situar a história no espaço, foi rigoroso na Geografia. Nas referências dispersas sobre agricultura e pecuária, mas sobretudo no livro 2.º dedicado aos rios e respectiva fauna piscícola, em que incide a nossa reflexão, revela um conhecimento implícito das teorias higienistas do seu tempo, manifesto na interdependência entre meio ambiente, homem e alimento. O confronto de obras de arte médica com uma leitura atenta no original permitiu encontrar indícios de um discurso de matriz humoral.

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Publicado

23-12-2020

Edição

Secção

Dossiê Temático