De rios e de mar no «De Antiquitatibus Lusitaniae» de André de Resende
DOI:
https://doi.org/10.53943/ELCV.0220_04Palavras-chave:
André de Resende, De Antiquitatibus Lusitaniae, alimentação, ictiologiaResumo
O De Antiquitatibus Lusitaniae (1593) de André de Resende, uma das obras mais notáveis do humanismo português, revela a erudição de um antiquário pioneiro no campo da Arqueologia e da Epigrafia e com profundo domínio dos textos clássicos, filosóficos, teológicos e bíblicos. Investigou de modo original como nasceu e cresceu Portugal. Ao situar a história no espaço, foi rigoroso na Geografia. Nas referências dispersas sobre agricultura e pecuária, mas sobretudo no livro 2.º dedicado aos rios e respectiva fauna piscícola, em que incide a nossa reflexão, revela um conhecimento implícito das teorias higienistas do seu tempo, manifesto na interdependência entre meio ambiente, homem e alimento. O confronto de obras de arte médica com uma leitura atenta no original permitiu encontrar indícios de um discurso de matriz humoral.
Referências
Fontes
Cardoso, F. R. (1602). Tractatus de sex rebus non naturalibus: nunc primum in lucem editus a doctore Ferdinando Roderico Cardoso in arte Appolinea quondam Conimbricae primario professore, nunc vero Regia Magestatis in regnis Lusitaniae Prothomedico dignissimo. Ad Philippum III Hispanium regem. (1.ª ed.) Ex Officina Georgii Rodriguez. Olyssipone
Castro, A. A. de (1636). Doctoris Andreae Antonii de Castro Serenissimi Brigantiae Ducis, protho-medici et Orensis arcis praefecti maximi, De febrium curatione Libri tres. Quibus accessere duo libelli De simplicium medicamentorum facultatibus, et alter de qualitatibus alimentorum, quae humani corporis nutritioni sunt apta. Cum Indice rerum, et verborum scitu dignorum locu-pletissimo. Apud Emmanuelem Carvalho ducis typographum. Villaviçosae
Fonseca, F. S. da (1626). Regimento para conservar a saúde e a vida, dividido em dois diálogo: o primeiro trata das seis cousas naõ naturais; o segundo das qualidades do ar, sítios e mantimentos do têrmo de Lisboa. (1.ª ed.). [s.n.]. [s.l.]
Henriques, F. (1721). Anchora medicinal para conservar a vida com saúde. (1.ª ed.). Officina da Musica. Lisboa Occidental
Lopes G. (1564). Commentarii de varia rei medicae lectione, Medicinæ Studiosis non parum utiles. Quorum Catalogum ab Epistola sequens pagella indicabit. (1.ª ed.). Apud Viduam Martini Nutii, Cum Gratia et Privilegio. Antuerpiae
Resende, A. (1533). Genethliacon. (1.ª ed.). [s.n.]. Bruxelas
Resende, A. (2009). Antiguidades da Lusitânia. Portugaliae Monumenta Neolatina. Vol. 3. (Introd. trad. e comentário de R. M. Rosado Fernandes). Estabelecimento de texto por S. Tavares de Pinho. Imprensa da Universidade de Coimbra. Coimbra
Estudos
Braga, I. D. (2015) Carne e Peixe: Uma Hierarquia de Consumos Alimentares. Em: I. D. Braga, e P. D. Braga (coord.). Animais e Companhias. Círculo de Lleitores. Lisboa
Castro, I. O. (2018). Corpos, palatos e sensibilidade médica. Em: A. Cardoso, N. M. Proença, (coord.) Dor, sofrimento e saúde mental na Arquipatologia de Filipe Montalto. Húmus. Lisboa
Castro, I. O. (2011). Prática médica e alimentação nos textos portugueses seiscentistas. Em: P. F. da Costa e A. Cardoso (org.). Percursos na História do livro médico. Colibri. Lisboa
Encarnação, J. (1991). da Invenção de Inscrições Romanas pelo Humanista André de Resende. Biblos, 67: 193-221
Fernandes, R. M. R. (1984). Méthodologie et histoire dans De antiquitaibus Lusitaniae d’André de Resende. Actes du XXIe Colloque International d’Études Humanistes L’Humanisme et L’Europe U F.C.G./Centre Culturel Portugais. Paris: pp. 487-505
Newman, L. F. (1946). Some notes on foods and dietetics in the sixteenth and seventeenth centuries. The Journal of the Royal Anthropological Institute of Great Britain and Ireland, 76, 1: 39-49
Nutton, V. (2004). Ancient Medicine. Routledge. London and New York
Pereira, M. H. R. (1973). Obras Médicas de Pedro Hispano. Universidade de Coimbra. Coimbra
Pina, L. (1965). A fauna marítima e fluvial na alimentação portuguesa do século XVIII. Revista de Etnografia. Imprensa Portuguesa. Museu de Etnografia e História, 9, vol. 5, t. 1: 5-42
Waquet, F. (1988). Le latin ou l’empire d’un signe: XVIe–XXe siècle. Albin Michel. Paris
Downloads
Publicado
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2020 Inês de Ornellas e Castro

Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição 4.0.
Os autores conservam os direitos de autor e concedem à revista o direito de publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite a partilha do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação nesta revista.