Extremismos e intolerância: Uma lição não aprendida
DOI:
https://doi.org/10.53943/ELCV.0125_146-162Palavras-chave:
Totalitarismo, Psicologia das massas, Culto do Chefe, IntolerânciaResumo
Com a preocupação de não se poder tratar os fenômenos totalitários, tais como os fascismos e o estalinismo, como movimentos mortos ou como acontecimentos históricos aprisionados no passado, pode-se constatar que eles ressurgem como uma possibilidade da moderna sociedade de massas, enquanto modelo de reação ao momento político e social mundial da atualidade. O que se pretende destacar é a capacidade de atração dessas ideias extremistas lideradas por um chefe e um discurso carismático, a sua capacidade de oferecer segurança e refúgio, propondo um futuro virtuoso, superando o estranhamento, o mal-estar do homem comum ante uma sociedade que condena o indivíduo ao sucesso ou ao fracasso, e o motivo pelo qual as massas se deixam deslumbrar politicamente e se tornam receptivas ao embotamento. Sob essa ótica, o presente estudo se apresenta como uma tentativa de analisar as condições encontradas na civilização do século xx que propiciaram esses movimentos, como um mecanismo de defesa diante da crise e do desconforto, e a possibilidade de seu ressurgimento através dos neofascismos, no fundamentalismo islâmico e nos atuais sentimentos racistas anti-imigrantes.
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